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fevereiro 28, 2010

A face 'clean' da famosa estilista é o foco de 'Coco Antes de Chanel'

Filme sobre a famosa e importante estilista foge de polêmicas


Desde que Meryl Streep vestiu Prada e infernizou a vida de Anne Hathaway, a temática sobre moda mostrada nos cinemas e na televisão foi copiada o máximo possível nas produções que vieram a seguir de O Diabo Veste Prada. Seja em reality shows, seriados ou filmes. Mas se tratando de biografias, nenhuma chama mais atenção do que a vida de Gabrielle Bonheur Chanel, mais conhecida como Coco Chanel. E o lançamento de um filme sobre a estilista, era questão de tempo. Pois, antes saíram livros sobre sua biografia, suas confecções (bolsas, roupas, sapatos e perfumes) e até foi feita uma minissérie.

Dirigido por Anne Fontaine a produção muda um pouco o foco do que foi mostrado, e segue o conceito do título: Coco Antes de Chanel. Aqui a protagonista, vivida pela Audrey Tautou (O Fabuloso Destino de Amelie Poulain), é uma moça que luta pela sobrevivência e que não encontra um lugar ao qual se encaixar. Sempre se destacando da multidão, tenta a vida como cantora e até fica próxima da linha da prostituição. É na noite que ela se envolve com o comerciante de tecidos Etieene Balsan, e logo vai morar com eleOs dois vivem uma conturbada relação, em que precisam um do outro, mas não assumem. Então ela conhece o amor de sua vida,  Arthur 'Boy' Capel, que a motivou ainda mais em seguir sua carreira e abrir sua própria loja de bolsas.

O filme para quem não conhece a estilista, não passa nenhuma informação histórica e omite partes mais interessantes e complexas da vida de Coco. E principalmente guarda o que viria por vir, quando torna-se aliada ao regime nazista fazendo ponte entre alemães e franceses. A produção aqui funciona como uma forma de amenizar o lado sombrio e mostrar um certo heroísmo em sua vida que foi marcada por grandes amores, sofrimentos e a tragédia, que ao mesmo tempo mostrou crescimento no lado profissional, mas a deixou ainda mais afundada em sentimentos. A jovem que era descrente no amor, conheceu alguém que acreditava em si, se entregou e por um destino trágico, depois sofreu por amor. É difícil saber se o que acontece no filme seja motivo para os caminhos, da qual, Coco Chanel escolheu, porém, aqui descobrimos como o modo de retratar as famosas estilistas e chefões da moda sendo pessoas frias, arrogantes e mal humoradas nasceu. Bem sucedidas na carreira e órfãs no amor.

O filme está indicado ao Oscar 2010 na categoria de melhor figurino, sem dúvidas uma espécie de homenagem ao lado forte da estilista. Mas a produção infelizmente está longe de ser uma obra definitiva sobre a vida de uma mulher tão polêmica e interessante e de fazer inveja nas Mirandas Priestly - que querem ser difíceis como ela - do mundo da moda.
   
Coco Antes de Chanel
Coco Avant Chanel
França, 2009 - 105 min
Drama 
Direção: Anne Fontaine 
Roteiro: Anne Fontaine, Camille Fontaine 
Elenco: Audrey Tautou, Benoît Poelvoorde, Alessandro Nivola, Marie Gillain, Emmanuelle Devos, Régis Royer
Trailer: 






fevereiro 21, 2010

O sombrio retrato de uma época que antecede o nazismo em 'A Fita Branca'

Castigo e ódio são principais temas de produção alemã que faz analogia ao período nazista


Favorito ao Oscar de melhor filme estrangeiro desse ano, o drama alemão A Fita Branca não é para qualquer um. Apesar de ter em seu roteiro um suspense, um mistério a ser desvendado, a produção se difere dos filmes mais comuns que jogam pistas, levantam suspeitos até revelar um culpado. A verdade é que o filme mostra pouco das situações que envolvem esse mistério e funciona mais como um retrato de uma época, uma vila vivendo o período pré nazismo. O narrador logo no início do filme faz essa analogia ao Holocausto, dizendo que os acontecimentos dali vão desencadear que aconteceria com o país inteiro, tempos depois.

O filme é dirigido por Michael Haneke que fez o torturante Violência Gratuita e apresenta em seu currículo muita polêmica, mas também elogios. Nessa nova produção quase unânime entre os críticos, a história se passa no pequeno vilarejo chamado Eichwald, no inteiro Alemanha, pouco antes da Primeira Guerra Mundial. Começa com o médico local cai do cavalo depois que tropeça em um arame colocado ali de forma criminosa. O mistério começa e logo em seguida outros bizarros casos aparecem. Enquanto isso, mostrando não muito os crimes, o que vemos é o que existe por trás daquilo tudo. Conhecemos uma família rica e nobre que praticamente explora os camponeses da região. A família não é muito bem vista aos olhos dos trabalhadores, e por isso sempre despertou a ira deles. Todos os filhos ali são tratados à base do vigiar e punir. Essa punição como forma de educação é um modo figurativo de explicar a analogia do que vem por vir com o facismo. Apesar do rancor, do ódio de vários ali, é difícil saber quem poderia ser o culpado por tudo o que está acontecendo, até porque, ninguém demonstra isso de forma clara. 

Basicamente tudo em A Fita Branca está bem escondido, no claro está, apenas, a hipocrisia das pessoas. Nenhuma cena de violência ocorre aos olhos do público. Ela é 'mostrada' atrás de portas fechadas - a punição das crianças pelos pecados mundanos cometidos - ou na surdina da noite - o abuso sexual em jovens ou os próprios crimes bizarros. Daí que chegamos a mais uma alusão do Terceiro Reich : não foi assim que o nazismo aconteceu de fato em seu início? Com a mesma intenção de se manter uma ordem?  

O filme que é em preto branco apresenta um fotografia belíssima, agonizante em diversos momentos, principalmente nas cenas de crianças em meio a escuridão da mansão em que vivem durante a noite. Infelizmente a atmosfera criada pela ausência de trilha sonora, pela fotografia e assombrada pelo holocausto que vai seguir os acontecimentos, a produção traz um final entre aberto, com culpados aparecendo, mas deixando a dúvida no ar. Ou seja, o filme não é exatamente sobre eles e sim na razão que esses encontram pra fazer tudo aquilo. No ódio enraizado naquela Alemanha cinzenta e inexpressiva, mas ao ponto de explodir. Foi disso que Hitler se aproveitou e fez o que fez.  

A Fita Branca
Das Weiße Band
Alemanha / França / Áustria / Itália, 2009 - 145 min
Drama 
Direção: Michael Haneke 
Roteiro: Michael Haneke 
Elenco: Christian Friedel, Leonie Benesch, Ulrich Tukur, Ursina Lardi, Burghart Klaussner
Trailer:


fevereiro 19, 2010

Meryl Streep, mais uma vez, rouba a cena em 'Julie & Julia'

Atriz impressiona em divertido papel


A primeira sequência do filme Julie & Julia guarda o que será o trunfo do filme. Anos 40, conhecemos Julia Child (Meryl Streep) , que chega em solo francês e revisa o vocabulário que deverá usar dali em diante, ainda mais na empreitada que irá se comprometer. Confusa e procurando algo novo à aprender, ela acaba se dando conta que o que mais gosta de fazer é comer. Daí, parte em busca de uma nova paixão, estuda e se torna umas das responsáveis a levar a popular culinária francesa aos Estados Unidos. Mas o caminho guarda grandes desafios. 


Ainda apresentando os personagens, só que anos depois precisamente em 2002, conhecemos Julie Powell, interpretada por Amy Adams. Ela acaba de se mudar para um apertado apartamento em cima de uma pizzaria no tumultuado Queens, em Nova Iorque. Possui um emprego tedioso e compartilha sua vida com amigas da qual ela nem sequer gosta. A moça é toda fofa e tem um marido carinhoso e atencioso. Porém, deseja mais, procura desafios e chega na 'moderna' ideia de fazer um blog. Logo encontra um tema e amadurece a ponto de seguir os passos de Julia e em um ano fazer todas as receitas de seu livro.


O roteiro do filme é criativo e engraçado. Desde a sua primeira aparição até a última, como Julia Child, Meryl dá um show de atuação. O tom de humor escandaloso, com vários tiques e trejeitos e sua obsessão por ser a melhor é algo que faz do filme interessante, gostoso de assistir. É quando aquele personagem se torna imortal na pele da atriz. Ninguém o poderá fazer melhor. É o Coringa em questão. Entretanto, sendo impossível superar as cenas de Streep, Amy Adams consegue o necessário para satisfazer o público, mas o problema está mesmo nas banalidades que a personagem enfrenta. Não acrescenta algo novo no que já vimos em mocinhas que correm atrás de realizações, e passam por crises no casamento, crises pessoais e até a fase a desmotivação.



O problema a ser questionado aqui é o final meio estranho que deram ao desfecho, mas pelo jeito foi o mais realista possível. E diferente do que eu esperava, e acredito, seria emocionante o encontro das duas já que possível - Julia morreu em 2004 - e que não ocorreu. Mas a opção do final sem clichê não atrapalha a trama que enche de água a boca da platéia que a cada prato feito se delicia com boas atuações e um roteiro original e eficiente para uma platéia que não se limita ao feminino e graças a Meryl, deve ser visto por todos.
 
Julie & Julia
Julie & Julia
EUA, 2009 - 123 min
Romance 
Direção: Nora Ephron 
Roteiro: Nora Ephron, Julie Powell (livro), Julia Child (livro) e Alex Prud'homme (livro) 
Elenco: Meryl Streep, Amy Adams, Stanley Tucci, Chris Messina, Linda Emond, Helen Carey, Jane Lynch, Joan Juliet Buck e Crystal Noelle
Trailer: 

fevereiro 17, 2010

AVRIL LAVIGNE 'ALICE' VIDEO PREMIERE

Disney lança clipe oficial da trilha do filme


Conforme aguardávamos desde as primeiras notícias que surgiram, o videoclipe ofcial do álbum Almost Alice, que fará parte da trilha para a versão de Tim Burton do clássico Alice no País das Maravilhas, acaba de ser lançado. É a Avril Lavigne que canta a música e retrata um pouco do drama vivido por Alice no mundo de fantasia que acaba de se deparar. Eu já ouvi o álbum e recomendo. Nomes como Plain White T's, The All American Rejects e Metro Station estão na coletânea. O filme tem data de estreia marcado para 5 de Março. Confira o trailer e a sinopse aqui.

O clipe da música apesar de simples, sintetiza bem o momento obscuro que a jovem passa desde ao cair no buraco até se encontrar com os excêntricos personagens. Mais uma vez a equipe de marketing concentra suas fichas no personagem de Johnny Depp, o Chapeleiro Maluco, que aparece muito no vídeo tomando chá com a Avril/Alice. Mesclando boas cenas da cantora perdida - que muito lembra o vídeo de When You're Gone, segundo single do álbum The Best Damn Thing -, com ela tocando piano, o clipe termina com várias cenas do filme. O resultado é satisfatório principalmente com esse clímax, já que o filme é um dos mais aguardados do ano. Mas não tira os méritos da talentosa cantora que agradou tanto o cineasta, quanto boa parte de seus fãs. Arrancando inclusive, elogios de atores do filme, como o próprio Depp. Confira Alice:

fevereiro 16, 2010

PARAMORE 'THE ONLY EXCEPTION' VIDEO PREMIERE

A vocalista Hayley abre o diário (e o coração) em novo single

 

Como de costume, uma balada deve ser escolhida para ajudar na promoção de álbuns. E com o novo trabalho do Paramore, o álbum Brand News Eyes, não foi diferente. Uma das músicas mais acústicas, e que revelam um lado mais sentimental da cantora em sua letra, ganha um clipe simples e mais uma vez a vocalista Hayley Williams é a protagonista. Arrisco-me a dizer que é questão de tempo pra moça dar uns mergulhos sozinha por aí, se é que me entendem.

Confira a premiere de um dos melhores vídeos da banda, desde Decode:




(Via all182.blogspot.com)

A originalidade do roteiro é um marco em 'Bastardos Inglórios'

Sem pudor algum, Quentin Tarantino mostra sua versão da caça aos nazistas


Durante anos, assistimos as várias facetas do terror que assombrou o mundo no final da década de 30 e na década de 40. O cinema sempre dedicou parte de seu grande poder de comunicação para contar as mais belas histórias de sobreviventes ou de heróis que de alguma forma ajudaram a salvar vidas naquela Alemanha cinzenta que o mundo tenta, mas jamais vai esquecer. Porém outras visões diferentes foram feitas, no propósito de se aproveitar uma estória que ao mesmo tempo é tão grandiosa e outras vezes medíocre. O mesmo cinema que foi usado para difundir o nazismo, agora é usado para uma versão jamais pensada e de tão inteligente e simples se aproveita da nossa sede de vingança contra aqueles que defendiam existir a tal raça superior.

Quentin Tarantino parece gostar mesmo de gostar de brincar ao fazer um filme. Ele joga com a platéia a cada cena, adora por referências que apenas os mais nerds vão entender e separa o deboche, o cinismo e as cenas trash de violência para divertir a maioria que não entende as citações. Em Bastardos Inglórios ele faz isso mais uma vez. A história se inicia na França já ocupada pelos nazistas, então em uma bela manhã, o  coronel nazista Hans Landa (Christoph Waltz) faz uma visita em uma fazenda, e lá encontra judeus escondidos.  Mata-os, porém, a jovem Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent) testemunha a execução de sua família e consegue fugir. A introdução nos apresenta melhor ao vilão que termos que lidar, e o resultado é surpreendente. Não é a toa a indicação de Waltz para o Oscar.

Fugitiva em Paris, cria uma nova identidade como dona de cinema. Enquanto isso, o tenente Aldo Raine (Brad Pitt) espalha o terror junto de seus amigos soldados judeus aos nazistas. A "gangue" é conhecida como Os Bastardos. Eles se juntam a agente infiltrada Bridget Von Hammersmark (Diane Kruger) em uma missão que tem por objetivo derrubar os líderes do Terceiro Reich. Em Paris os personagens se encontram na premiere de um filme alemão, estrelado pelo herói de guerra (feito pelo Daniel Brühl de Adeus Lênin e Edukators). É a oportunidade perfeita para acabar com os lideres da suástica.

A cada cena, o diretor foge de todas as regras - se é que existem - utilizadas por muitos outros diretores. O erro gramatical do título do filme em inglês sintetiza o que o filme é. Politicamente incorreto, canastrão. Não existe um personagem principal. Uns morrem e outros continuam até se bobear morrerem também. Nem mesmo Brad Pitt muda a regra. Conhecido sempre por ser protagonista, fica de mãos atadas em uma das cenas principais do filme. Atuações caricatas e exageradas. Aqui o que prevalece são os estereótipos já conhecidos, tanto dos americanos caipiras, quanto dos alemães certinhos. É um filme que satiriza um pouco da história, e reparem, apenas os judeus mais tradicionais ficaram de fora. Ou seja, tudo ocorre com muito humor negro, mas acima de tudo prevalece um certo respeito. Afinal, o que Quentin quer é divertir e aqui, dar ao público o sangue de Hitler.

Bastardos Inglórios
Inglourious Basterds
EUA, 2009 - 153 min
Guerra 
Direção: Quentin Tarantino 
Roteiro: Quentin Tarantino 
Elenco: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth, Michael Fassbender, Diane Kruger, Daniel Brühl, Til Schweiger, Gedeon Burkhard, Jacky Ido, B.J. Novak, Omar Doom, August Diehl, Denis Menochet

Trailer:


fevereiro 15, 2010

'Distrito 9' e a renovação de um gênero

Ficção científica é politizada, com grandes efeitos e trama original


A questão é que a produção "independente" - afinal custou de 30 milhões - do produtor Peter Jackson (O Senhor dos Anéis, King Kong) e dirigido pelo novato Neill Blomkamp, estreou ano passado nos cinemas, foi muito bem recebido pela crítica e ainda está sendo cotado para vários prêmios, inclusive indicado à quatro estatuetas do Oscar - entre elas ao prêmio principal de melhor filme. Pode soar como exagero, mas isso serve como uma homenagem aos filmes de gênero sci fi que estão em alta. Porém, Distrito 9 diferente de muitos, tem grandes méritos.

O roteiro é bem original. Tempos em que se assiste filmes com o planeta sendo invadido, seja por seres mais evoluídos que procuram destruição total ou aqueles em que os extraterrestres se inserem entre os humanos e buscam ensinar lições de sobrevivência. O filme Distrito 9 pula essa parte e apresenta ao público uma raça de alienígenas buscando um lugar na Terra para se exilarem, só que longe das grandes metrópoles, eles escolhem a África do Sul. Local estratégicamente escolhido para desenvolver a questão do preconceito e intolerância, além dos já conhecidos problemas dos países de terceiro mundo. Os alienígenas, são tratados como animais, humilhados e mortos sempre que parecem hostis. O visual deles, por vezes assustador e outros momentos são nojentos, servem para mexer com esse preconceito silencioso dentro de cada ser humano.

As criaturas - vulgarmente chamadas de camarões - estão perdidas e abandonados e começam a causar problemas ao redor da base que virou uma favela. Apresentando uma linguagem de documentário, durante a exibição fica claro em como o próprio filme se sabota ao mostrar eventos que na verdade são desmentidos quando mostrados no ponto de vista do personagem. O protagonista Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley) tem a missão de despejá-los daquele distrito e levá-los à outro mais longe da cidade. Claro que, por trás disso existe uma grande e poderosa empresa de armas pronta para confiscar tudo o que aparecer vindo do arsenal dos intrusos.     

Durante o despejo esse encarregado procura algo ilícito e acaba tendo espirrado em seu rosto um estranho liquido preto que faz o seu corpo vagarosamente se transformar em uma dessas criaturas. É nesse momento que o filme guarda todo o arco dramático. Como a mudança de ambiente - em fuga, pois ele agora é fugitivo - vai fazer o protagonista, aquela pessoa mandona que se acha superior, buscar abrigo junto à comunidade que ele tratava sem respeito algum. As mais importantes lições da são mostradas nessa fase. Infelizmente o filme não dá todas as respostas como poderia, nos deixam curiosos sobre eles, a forma como viviam, seu planeta...

Como o filme foi lançado há um bom tempo e só agora está chegando as locadoras, foi possível ouvir diversos comentários, muitos deles negativos sobre a trama. Do mesmo jeito que a originalidade da produção surpreende junto com seu lado político, muitos consideram o roteiro raso e que apela para o design bem elaborado e os efeitos fortemente eficientes, para maquiar os clichês que rodeiam o filme.  Mas até aqui muitos conferiram Avatar e sabem que sem nenhum grande trunfo no roteiro, ele é brilhante tanto pelos efeitos quanto por sua mensagem. Agora para dar uma visão melhor elaborada e comparativa do que é Distrito 9, arrisco-me a dizer que ele é bem mais original que Avatar e trata em seu discurso as temáticas tão interessantes e necessárias quanto sobre os moradores de Pandora. Que esse grande momento para filmes desse gênero e tão críticos não parem de surgir tão cedo.

Distrito 9
District 9
África do Sul / Nova Zelândia, 2009 - 112 min
Ação / Ficção científica 
Direção: Neill Blomkamp 
Roteiro: Neill Blomkamp, Terri Tatchell 
Elenco: Sharlto Copley, Jason Cope, David James

Trailer:


fevereiro 13, 2010

GLEE: UMA SÉRIE SOBRE PRECONCEITO QUE SOFRE... PRECONCEITO

Seriado dá uma lição de simplicidade e humildade a cada episódio


Quando foi exibida a premiere do primeiro episódio na FOX americana, logo após da final do American Idol, Glee chamou a atenção por ser um musical. Um musical que apostava em brincar com clichês, abusando do lado cômico e dramático dos personagens. Mas quem viu apenas o primeiro episódio, pode perceber que ele foi fraco e por isso o levaram a desistir da série imediatamente. Foram inúmeros comentários de pessoas ansiosas em ver o programa e se disseram decepcionadas, comparando a High School Musical, com versões de músicas que tocam na rádio. A avalanche de críticas negativas se refletiu nos números de audiência que caíram gradativamente nos primeiros episódios. Existem séries que fisgam o telespectador logo de cara, mas outras que evoluem apenas depois de alguns episódios no ar. Então, como a série conseguiu conquistar o público e a crítica ao longo da primeira parte da temporada de estreia? Com muita humildade, criatividade e claro, música!

O episódio piloto se baseou em tudo que se conhecia dos chamados losers dos colégios americanos e o seu oposto, os populares jogadores de futebol americano e as líderes de torcida. Todas as humilhações por parte desses populares com a considerada escória do colégio: negros, asiáticos, gordos, gays, grávidas, deficientes físicos... Mas nesse episódio  não deixou claro como eles fariam para crescerem, enfrentarem seus medos e fazerem do Glee Club, o clube do coral do colégio, um grande sucesso. E outro ponto interessante, como aqueles que estão por cima, do nada, podem estar junto com os losers seja qual motivo for.

O enfoque dado ao professor Will Schuester (Matthew Morrison) mostra a relação que o professor tem com esses tipos de alunos e sempre consegue tirar uma lição de superação a cada episódio. Mesmo a vilã Sue Sylvester (Jane Lynch) tem em todo seu ódio, alguma relação com a temática e apenas lida de forma diferente com isso. Quem viu apenas o primeiro episódio e desistiu em seguida, perdeu um episódio inteiro em que o personagem Artie Abrams (Kevin McHale) revela a todos o drama de viver em cadeira de rodas. Ou ainda os diálogos não muito frequentes na TV do jovem gay, Kurt Hummel (Chris Colfer), se abrindo com o pai. Entre outros que vão ganhando destaque a cada capitulo.

Para aqueles que não tiveram a chance de assistir a Glee, o seriado pode ser rotulado de musical, comédia ou drama, mas o que ele tem trazido ao centro de debates, está além dos dramas adolescentes que são vistos hoje em dia. Particularmente eu demorei uma temporada inteira para ter certeza que Gossip Girl é uma série sem profundidade, com um roteiro vazio e que tem a necessidade de polêmica para ser comentada, mas foram os 13 episódios de Glee, que me convenceram do alto nível do seriado e com a criatividade, boas atuações e um toque de realidade em mistura com absurdos, fazem da série a diferença na cultura da televisão dos dias de hoje. Desde One Tree Hill (em seu início) e a brilhante Friday Night Lights não via algo surpreendente, agradável e que prende a atenção do jovem na TV.


No momento a série entra em hiato e volta em Abril com o restante dos episódios da primeira temporada. A FOX do Brasil vai reapresentar a primeira temporada nas quartas-feiras às 22 horas.

fevereiro 11, 2010

O Último Mestre do Ar (The Last Airbender) - Trailer Premiere

O primeiro trailer completo tem quase de 2 minutos!


A adaptação do desenho Avatar, exibido pela Nickelodeon ganhou seu primeiro trailer completo. Na história um garoto de 12 anos, Aang, precisa dominar seus poderes para trazer a paz ao mundo. Em uma era perdida, a humanidade se dividiu em quatro nações: a Tribo das Águas, o Reino da Terra, a Nação do Fogo e os Nômades do Ar. Dentro de cada nação, há uma ordem de homens e mulheres notáveis, chamados Benders (ou Dobradores, como são chamados aqui no Brasil), que são capazes de manipular seus elementos nativos num tipo de luta, o Bending, que combina artes marciais e mágicas. Para manter o equilíbrio entre as nações, a cada geração nasce um único Dobrador, que é capaz de controlar todos os quatro elementos. Essa pessoa é o Avatar, um escolhido que manifesta o espírito de todo o mundo em forma humana. Confira a empolgante prévia - que promete fazer ainda mais vergonha e ser superior que a adaptação mal sucedida de Dragonball do ano passado:



O filme é dirigido por M. Night Shyamalan que fez O Sexto Sentido e Sinais. A estreia está programada para 23 de Julho no Brasil.


fevereiro 09, 2010

Skins - A quarta temporada já começou!

Os dramas dos adolescentes estão de volta com o melhor da série


Nessa temporada poucas mudanças foram feitas, a maior delas foi reduzir para oito o número de episódios da temporada contra dez da última. Os personagens Cook, JJ, Freddie, Effy, Pandora, Thomas, Katie, Emily e Naomi continuam aprendendo sobre a vida, e pela primeira vez até mesmo os questionamentos sobre a amizade entre eles é posta sob prova. O primeiro episódio é sobre o personagem Thomas e começa com o suicídio de uma garota em uma boate. Esse é o fato para o desenrolar da história e já começou abalando as emoções de Thomas, e o queridinho relacionamento de Emily e Naomi no ótimo Naomily. Confira o trailer e eu recomendo!



Os episódios estão disponiveis para download no skinsbrasil.

fevereiro 07, 2010

'Aconteceu em Woodstock' e os bastidores de um evento clássico: a descoberta da adolescência

Dramédia dirigida por Ang Lee mostra o impacto causado pelo festival em um jovem


O festival de música Woodstock, reuniu ideais diferentes, atitude e muita filosofia baseada em liberdade e igualdade. Mas não é essa a premissa do filme Aconteceu em Woodstock (Taking Woodstock), segundo filme hollywoodiano de Ang Lee (O Segredo de Brokeback Montain, O Tigre e o Dragão). O filme gira em torno de um personagem e como ele foi envolvido nesse evento que mudou completamente sua perspectiva de vida.

Elliot Tiber (Demetri Martin) é um jovem que trabalha junto a família em um pequeno hotel na pacata cidade de White Lake, no interior de Nova York. Mas eles começam a viver uma crise financeira o que leva o jovem pôr em frente a ideia, reprovada pelos moradores da cidade vizinha, de levar o festival Woodstock para lá. Assim, mesmo com a cidade contra, o jovem consegue todo apoio financeiro para fazer o evento ocorrer. Com essa nova situação o filme ganha ritmo e os hippies cravam o espaço com as mais atitudes loucas. A parte engraçada do filme com a hospedagem dos hippies, mafiosos tentando tirar proveito e até mesmo o segurança vestido de mulher são um dos pontos altos do filme. Mas ao mesmo tempo é a transformação Elliot Tiber diante seus pais, diante a vida que se torna o foco da produção.

Questões como a descoberta da sexualidade, a necessidade de independência quanto aos pais e até mesmo as ambições que começam a florescer no jovem são tratadas simultaneamente ao período que o festival é erguido. O filme se assemelha bem de longe ao musical Across The Universe, que trata dessas questões com a mesma psicodelia ao temor da Guerra do Vietnã que acontecia. É aí que percebemos como os hippies eram extremistas, com seus ideais que só funcionavam regados a drogas. O falso sentimento de liberdade total que proclamavam não devia ser levado com totalidade. Funciona com mais eficiência para aquele jovem certinho e quadrado ou para o recém chegado da guerra cheio de complexos e traumas.

O diretor Ang Lee conseguiu mostrar bem essa transformação, com realidade e um elenco incrível que inclui a ótima Imelda Staunton - famosa por ser a malvada professora Dolores Umbridge em Harry Potter e a Ordem da Fênix - e  Emile Hirsch que fez papéis filosóficos e engajados como em Na Natureza SelvagemMilk - A voz da Igualdade. Recomendado para jovens em crises existenciais.
   
Aconteceu em Woodstock
Taking Woodstock
EUA, 2009 - 120 min
Drama / Comédia 
Direção: Ang Lee 
Roteiro: James Schamus, Elliot Tiber (livro), Tom Monte (livro) 
Elenco: Demetri Martin, Henry Goodman, Imelda Staunton, Emile Hirsch, Eugene Levy, Jonathan Groff, Mamie Gummer, Jeffrey Dean Morgan
Trailer: