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abril 19, 2012

Crítica: o final de temporada emocionante de 'The Big C'

A corrida contra o câncer ganha surpresas nada boas...



Foi o ao ar no último domingo (15) pela HBO Brasil, o episódio final da segunda temporada da dramédia The Big C. E simbolizando o outono, pode-se dizer que as coisas agora vão ficar ainda mais obscuras para a protagonista Cathy (Laura Linney). Agora que ela cada vez mais quer vencer a corrida da vida contra o câncer que descobriu no último verão, ela é desafiada não somente pela doença, mas sim pela própria vida que segue pregando peças. 


Esta temporada apresentou diversos arcos que fizeram seu final atingir um ápice emocionante e impactante. O envolvimento de Paul (Oliver Platt) com cocaína - que escolhe esse caminho para lidar com a pressão das contas do tratamento da esposa, além, do emprego como funcionário de uma multinacional; a promiscuidade do filho Adam (Gabriel Basso) que tenta lidar com a adolescência e o drama da mãe; o irmão Sean (John Benjamin Hickey) que tem problemas de ansiedade e surtou com o aborto de Rebecca (Cynthia Nixon); a amizade com Lee (Hugh Dancy), da qual, morre, assim trazendo novas visões para ela sobre a aceitação da morte.


Sem dúvidas, todos os personagens de alguma forma são importantes para mostrar à Cathy que o caminho não é tão fácil quanto percorrer uma detalhada pista de corrida. A vida segue com suas bruscas mudanças de planos. A abordagem da morte foi o foco dessa fase que cada vez mais está rondando a protagonista. Primeiro com a aparição de Marlene (Phyllis Somerville), o aborto de Rebecca - que iria batizar o filho de Cathy (criando uma ironia) -, depois Sean que desapareceu surtado e por um breve momento ela achou que ele tivesse morrido, o amigo Lee que teve sua morte assistida por ela e, por fim, o marido que está entre a vida e a morte. E The Big C se encarregou de mostrar isso com maestria além de tocar em outros assuntos. Mesmo sendo um seriado cômico, aborda tabus espinhosos como o sexo com pacientes com câncer, imigrantes ilegais, drogas na classe média, o serviço de saúde particular e, claro, a própria doença e o preconceito das pessoas ao redor em relação à ela.


Mesmo usando o perigoso caminho espírita para cenas mais profundas, The Big C segue sendo uma série completa, fazendo rir quando necessário e comovendo sem forçar a barra. E é uma pena que essa corrida pela vida de Cathy esteja chegando ao fim, mas até lá essa dramédia vai seguir inspirando muitas pessoas.


A terceira temporada já estreou nos EUA e não tem previsão de lançamento por aqui.